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Associação Outros Nativos desenvolve projeto sociocultural com dança e capoeira
A Associação Sociocultural Outros Nativos está desenvolvendo desde o dia 29 de janeiro o projeto Incubadora de Cidadania, ofertando auxílio financeiro para adolescentes e jovens entre 12 e 18 anos para que possam participar de oficinas de dança e capoeira. O projeto é patrocinado pela empresa Suzano e executado por uma equipe multidisciplinar do Coletivo Outros Nativos.
As oficinas do projeto Incubadora Outros Nativos acontecem desde o dia 29 de janeiro e vão até o dia 9 de fevereiro, quando ocorrerá uma grande celebração com apresentação dos alunos na quadra da Escola Estadual Esther Gomes Bandeira, no bairro da Sacramenta.
São duas oficinas, uma de danças populares paraenses com a professora Taynara Garcia, e outra de capoeira, com o Mestre Leonardo Araújo, que desenvolve um trabalho no bairro já há alguns anos. As aulas de dança ocorrem pela manhã na Escola e as de capoeira de noite, a partir das 18h na Associação de Moradores da Área Dois (Amad), ambos na comunidade das Malvinas no bairro da Sacramenta.
O projeto é desenvolvido pela Associação Sociocultural Outros Nativos (Ason) e foi premiado pelo edital de “Boas Práticas Comunitárias” da empresa Suzano, que tem uma fábrica de papel e celulose no bairro.
A iniciativa também contempla adolescentes de 11 a 17 anos do bairro vizinho do Barreiro. A coordenação geral é do produtor e jornalista Elielton Alves Amador, o Nicobates, e a coordenação sócio pedagógica é da assistente social Samira Oliveira, o apoio pedagógico é de Cristiane Rodrigues e a comunicação de redes sociais é de Eduardo Rocha.
Os alunos recebem uma camiseta do projeto, lanche, e auxílio financeiro e apoio psicossocial durante a realização do projeto. Acesse nosso financiamento coletivo no link da bio e ajude na continuidade do projeto.
Leia abaixo entrevista com o coordenador do projeto, Elielton “Nicolau”.
- Quantas crianças estão participando das oficinas de Dança e Capoeira?
O projeto Incubadora de Cidadania ofertou 10 vagas para cada uma das oficinas (dança e capoeira) para adolescentes e jovens entre 12 e 18 anos. Mas ambas tiveram mais alunos do que o esperado e hoje temos em torno de 16 alunos na dança e 14 na capoeira.
- É a primeira vez que as oficinas ocorrem? Se não, quantas vezes já foram realizadas?
A Associação Sociocultural Outros Nativos realiza desde 2019 oficinas em nosso território. A maioria foi destinada a cantores, compositores e produtores do bairro, com projetos de festivais, mostras musicais, produção fonográfica e gestão de carreira artística. Já realizamos oficinas de comunicação comunitária para jovens antes, mas essa é a primeira vez que ofertamos oficinas artísticas para adolescentes.
- O que é a “Incubadora de cidadania”? Há quando tempo ela existe? Ela é um projeto separado do Outros Nativos?
A Incubadora de Cidadania é uma iniciativa da Ason (Associação Sociocultural Outros Nativos) para a comunidade. Fomos premiados pelo edital de boa práticas comunitárias da empresa Suzano, que tem uma grande fábrica de papel e celulose em nosso território. A incubadora foi apresentada como proposta no segundo semestre de 2023 e está sendo desenvolvida entre meados de janeiro até o dia 9 de fevereiro. Mas ela terá repercussões em outras programações da Ason para breve.
A Ason tem vários projetos em desenvolvimento como a Incubadora Outros Nativos, que lançou seis singles e EP’s de artistas da Associação, o Festival Outros Nativos e a Incubadora de Cidadania que é voltada para a juventude de nosso território.
- O que é a associação “Outros Nativos”? Quais são os projetos desenvolvidos por ela?
A Associação Sociocultural Outros Nativos existe de forma legalmente constituída desde 2020 mas atua como coletivo informal desde 2019. Trata-se de uma associação formada por produtores culturais, artistas, principalmente músicos e compositores, e comunicadores da periferia de Belém, especialmente dos bairros do Distrito Administrativo da Sacramenta, que é formado por bairros como Barreiro, Telégrafo, Pedreira, Maracangalha e a própria Sacramenta.
A associação foi uma ideia do jornalista, músico e produtor cultural Elielton Alves Amador, também conhecido como Nicolau ou Nicobates, que se juntou à produtora cultural Taisse Naiade para realizar com outros artistas o Festival Outros Nativos. Além dos projetos já relacionados, há várias atividades culturais e/ou comunitárias que a associação realiza em parceria com centros comunitários, associações, empresas e grupos culturais do nosso território.
- Por que a concentração no bairro da Sacramenta? Há projeto de expansão para outros territórios?
A Incubaora de Cidadania foi destinada a adolescentes dos bairros da Sacramenta e Barreiro por estar de acordo com o edital da Suzano, já que se trata da área de maior impacto da fábrica. Nossa área de atuação está centrada na Sacramenta, Barreiro e Pedreira pela própria residência dos artistas e produtores que compõem a associação, mas também temos associações de outros bairros e até de municípios vizinhos como Ananindeua. A Sacramenta é um bairro populoso e com muita concentração de artistas populares que pouco tem oportunidade na cena da capital, por isso, a Associação pode ser considerada como fruto da própria efervescência cultural desses bairros.
Esse semestre apresentaremos uma mostra nativa na Usina da Paz do Benguí pois ainda não temos Usina da Paz na Sacramenta. Mas nós temos três princípios que norteiam as nossas ações: alteridade, sociabilidade e territorialidade. A gente tem ações ambientais também e por isso nós valorizamos o nosso território. Mas já desenvolvemos ações virtuais para todo o mundo e também temos vontade de levar a tecnologia social que estamos desenvolvendo para outros bairros.
- Como é feita a arrecadação de recursos para os projetos?
Nos temos uma escola de elaboração e gestão de projetos, por isso estamos sempre inscrevendo projetos em editais. Os mais destacados alunos das oficinas vão entrar nessa escola. Além dos projetos que muitas vezes demoram a sair e tem recursos limitados estamos abrindo agora um crowdfounding (financiamento coletivo) para manter as atividades fixas da Incubadora de Cidadania. Isso é muito importante divulgar.