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A despedida de Régis, vocalista da seminal banda punk Insolência Públika


>Postado em: 8 mar 2021

O rock paraense perdeu uma de suas maiores referências no último sábado, 6. Com problemas renais provavelmente agravados pela covid-19, faleceu o vocalista da seminal banda punk Insolência Públika, Reginaldo Rodrigues, o Régis Insolente.

Régis fundou, com o irmão Beto, nos anos 80 a que todos na cena reconhecem como a primeira banda punk de Belém. Em 1984, ele e Beto transformaram a The Podres na Insolência Públika, nome inspirado na canção “Know your rights” da banda britânica The Clash.

Foram centenas de shows por festivais, praças e qualquer palco que abrisse espaço aos acordes sujos e à batida forte que embalava letras de crítica social e política. “Nunca fomos puxa saco de ninguém. Sempre fomos honestos na nossa posição política e musical, coerentes. Muitas pessoas do meio da imprensa e das rádios nunca engoliram a gente. Foi na marra mesmo”, desabafa Beto Insolente ao Outros Nativos.

A despeito das tretas, “Beirute Está Morta” tocou incessantemente nas rádios e programas de rock dos anos 1980/90 em Belém, tornando-se, sem dúvida, um dos maiores hits da história do rock paraense. A música fez parte do repertório ao vivo da banda Norman Bates nos anos 2000, que homenageava as referências do rock da cidade.

“‘Beirute…’ foi uma música que virou um hino. Tocou nas rádios e marcou o início da década de noventa em Belém. As pessoas iam e cantavam nos shows do Teatro Waldemar Henrique, e tem uma letra que é simples, mas diz tudo: ‘a insanidade de nazistas destruiu Beirute'”, relembra Giovanni Vilacorta, ex-vocalista da Norman Bates e e atual band leader da Baby Loydes, ele mesmo uma das referência do punk paraense.

A Insolência Públika foi pioneira e influenciou muitos jovens, que passaram a acreditar que poderiam ter uma banda de rock em Belém depois de vê-los tocar e cantar.

“Eu nem sonhava em ter banda e aquilo me transformou. Ver a banda no palco foi um choque para mim, a agressividade, as letras, aquela coisa muito honesta”, disse o vocalista Jayme Katarro, da Delinquentes, à jornalista Lais Azevedo, do Diário do Pará.

Jayme estava lembrando o primeiro show que viu deles no Festival Pulmão do Mundo. Na entrevista ele também cita a atualidade de letras como “Governo”.

Regi deixou três filhos, dois biológicos e um adotivo, do casamento com a jornalista Claudia Aguilla e tinha 58 anos de idade. Outros Nativos prestam sua homenagem ao vocalista e à banda Insolência Públika.

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