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Single: A revolução feminista nortista de Keila e a banda Mulamba


>Postado em: 8 mar 2021

A cantora paraense Keila, ao centro, com a banda curitibana Mulamba

Todo dia é dia de REVOLUÇÃO hoje é dia de potencializar. Com essa frase a cantora e compositora Keila anunciou no Instagram a faixa “Revolução”, um feat com a banda curitibana Mulamba, que chegou neste Dia Internacional da Mulher a todas as plataformas digitais de streaming.

“Boy escroto tá julgando e pensa que me intimida. Se digo sim, eu sou puta. Se digo não, também sou puta. Machista de merda, eu tô é esperta, eu sei que não é minha culpa”, manda, na lata, ao som do tecnobrega, vertente forte do brega paraense, misturado com o pop rock e o balanço da banda curitibana de mulheres e que tem uma paraense entre as vocalistas.

Keila falou ao site Outros Nativos sobre o lançamento que segurou por dois anos antes de vir à luz. Em 2018, quando lançou o álbum “Malaka”, Keila já havia escrito essa música mas preferiu não lançar a faixa porque achava que ela merecia ser single e deveria ter um destaque maior.

Em 2019 a banda que é formada apenas por mulheres e trabalha as temáticas feministas falou com Keila que queria fazer algo com a cantora paraense. “Eu disse que já tinha até a música que a gente podia fazer esse feat. Elas ouviram e adoraram”, lembra.

Naquele mesmo ano, quando elas vieram tocar em Belém, Keila as levou ao estúdio de Marcel Barreto, que gravou instrumentos e vozes, começando a formatar a versão atual na música.

“Queríamos lançar em 8 de março de 2020, mas nessa época a pandemia já estava bem forte em SP e nós seguramos mais uma vez. Fomos segurando, segurando, até que eu disse que não via outro dia para lançar a música a não ser no Dia da Mulher. Assim ficou para 2021”, diz a cantora.

Apesar da pandemia e da demora no lançamento, Keila garante que a temática continua atualíssima. E a revolução feminista também engloba pra ela o espaço da mulher do Norte na dimensão cultural e artística do Brasil. “A Amanda Pacífica, vocalista da Mulamba, é uma mulher nortista que teve que sair daqui para buscar oportunidades fora, no sul/sudeste”, protesta.

“A gente sabe, enquanto mulheres do Norte, o quando isso é complicado. O quanto nós somos segregadas e o quanto é difícil romper com essa camada da centralização do eixo Rio/São Paulo. As mulheres do Sul também sofrem com isso mas para nós mulheres do Norte é uma coisa bem mais pesada”, conclui.

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